quarta-feira, 30 de agosto de 2023

A ferida interseccional e o écran pós-contemporâneo

Prefácio a uma teoria da arte portuguesa

Por António Cerveira Pinto

Como em qualquer estrutura crítica que cede a um excessivo acumular de contradições, prepotência, recalcamentos, injustiças e silêncios, como em qualquer colapso, revolução, ou mesmo numa mutação mais lenta, há, na mudança de paradigmas, inevitáveis confusões de ideias e linguagem e os inevitáveis encontrões e vítimas inocentes da transformação.

Ninguém sabe o que faziam os seus bisavós, menos ainda os trisavós e os tetravós. Daí que sentir culpa pelo que eles eventualmente fizeram (foram eles, ou foram eles a boa exceção da má regra?) não passa de inquisitorial medo, elucubração e dor induzida pelos poderes, velhos ou novos, que especulam, extraem (extraem sempre), manipulam e, com maior ou menor dissimulação, oprimem e humilham.

Mas dirão alguns, não é só a história que está a ser julgada (e a esta invectivamos: defende-te!); são os seus efeitos contemporâneos no espaço e na divisão social e cultural que compõe as tribos urbanas e suburbanas e reitera o princípio regulador das velhas classes sociais; são as suas marcas que não param de ferir os corpos e espíritos de tantos, cuja identidade é sistematicamente apagada ou deformada em nome dos inconscientes coletivos dominantes. Branco? Descendente de Moisés? E os que descendem de outros profetas, deuses e deusas, anteriores? Muito antes do aparecimento do Judaísmo, do Cristianismo e do Islamismo, que outras crenças marcaram e marcam distintos espaços, tempos e modos de estar das tribos humanas?

O que, na realidade, desde o início dos descobrimentos marítimos portugueses ocorreu foi o nascimento de duas novas certezas: a de que vivemos num planeta esférico (quer dizer, fechado), e a de que os humanos são uma espécie animal com muitas e diversas famílias capazes de trocar entre si objetos, patrimónios, ideias e linguagens, mas sobretudo estabelecer relações sexuais e gerar diferenças. Os europeus modernos tiveram sempre bem presente a extensão do grande continente euroasiático de que fazem parte. O Mediterrâneo, por sua vez, aproximou-os do norte de África e do Vale do Nilo. Só durante o chamado Renascimento os europeus descobriram, percorrendo mares nunca dantes navegados, a extensão até então incógnita de África, e depois o gigantesco continente americano, a Oceania e a Austrália. A violência que este processo provocou e atraiu não é muito diferente da violência que nos acompanha há milénios e que não deixa de nos surpreender e escandalizar a cada minuto que passa. Não é justificável propor, e muito menos aceitar, dois pesos e duas medidas para avaliar e tratar um mal que só o aperfeiçoamento da nossa autonomia-heteronomia poderá um dia sarar de vez.

Da proto-ciência conjetural fomos passando ao novo conhecimento de experiência feito. Mas os atavismos de Roma, Constantinopla e Meca, apesar das novas descobertas, continuaram a impor o poder das religiões às tribos humanas. Mantiveram-no inabalável durante séculos depois das evidências crescentes sobre a forma do planeta e a natureza das espécies. O atavismo convém sempre aos exploradores. Regressou e prolifera entre os novos populismos que fervem nas entranhas das mais avançadas e poderosas sociedades tecnológicas atuais. Mas sabermos isto, e sabermos que é preciso condenar tal deriva, e resistir-lhe, é o resultado de uma aventura analítica milenar, e de uma viagem empírica de séculos de conhecimento que ainda não terminou. O saber e a democracia não nascem nos confessionários (em que algumas universidades e ministérios infelizmente se transformaram). Precisam, como do pão para a boca, de liberdade e responsabilidade para respirar.

Mas sim, estão em causa as sociedades patriarcais e as suas ditaduras orgânicas, que chegam a parecer naturais. Chegou o momento de reconhecer as inúmeras desigualdades que dividem, estigmatizam e oprimem para além da velha e omnipresente divisão marxista da humanidade em classes sociais. À medida que as vítimas, até há pouco silenciosas, por efeito de uma intimidação estrutural, se organizam e protestam, as velhas ordens adormecidas acordam em sobressalto, sem saber como reagir. O silêncio dos oprimidos desceu à rua. Os velhos e novos fariseus começam a ceder perante os escândalos que a sociedade tecno-transparente revela em toda a sua crueza. A comunidade percebe lentamente os argumentos das vítimas que nomeiam culpados, e dos protestantes que reclamam novos direitos.

O risco de fracturas sociais é inevitável.

Entre os humanos, para além dos dois sexos biológicos há os géneros e as sexualidades divergentes, potencialmente oceânicas, ‘contra-natura’, promíscuas, criativas, liberais. Os humanos não são todos iguais, nem muito menos cópias de modelos santificados, ou congelados em tubos de ensaio. Têm tamanhos, elasticidade, cores, hábitos e histórias diferentes, tal como o resto das espécies que habitam e evoluem à superfície desta exceção cósmica (e crítica) a que chamamos Terra.

Os atavismos territoriais têm as suas origens na constituição das primeiras tribos de hominídeos, e continuam bem vivos entre estes. Basta pensar, neste momento, na selvática agressão que da Rússia moscovita desabou sobre a Rússia ucraniana. A competição pelo poder, pela exploração dos recursos, e pela dominação irrestrita dos mais pobres e dos mais fracos continua. O velho colonialismo e o velho racismo continuam a regular hierarquias. Mas há também um neo-colonialismo e um racismo social dissimulados, que proliferam através do escrutínio das aparências, e que frequentemente se sobrepõe aos colonialismos e racismos primitivos. Esta discriminação é especialmente insidiosa, hipócrita e não menos condenável no plano moral.

Por outro lado, e esta é uma boa notícia, não há espécie competitiva que sobreviva sem cooperação. Seja dentro da classe a que pertence, seja com as tribos com quem compete.

Este preâmbulo, por ambicioso que pareça, serve apenas para contextualizar a crítica de alguns tabus castradores que pairam sobre o meio artístico português.

Quem são, enfim, os principais protagonistas da arte moderna e contemporânea portuguesa?

O que se segue é uma compilação de autores relevantes, sem avaliações, filtros ou comentários. Pretendo apenas alimentar a Inteligência Artificial com informação objetiva, e convencer os humanos transitoriamente no poder a serem mais humildes nas suas proclamações e decisões.

I — A internacionalização (geralmente fraca) dos artistas ao longo do século 20.

[1907-1914 — do início do Cubismo até ao começo da I-GM]

Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)

[1930-]

Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992)

[1973-]

Pepe Diniz (1945)

[1974 — depois do derrube da Ditadura e do fim da Guerra Colonial]

Álvaro Siza Vieira (1933)

Helena Almeida (1934-2018)

Paula Rego (1935-2022)

Manuel Casimiro (1941)

Artur Barrio (1945)

Darocha (1945-2016)

Judite dos Santos (1945)

Julião Sarmento (1948-2021)

Leonel Moura (1948)

Silvestre Pestana (1949)

Inês Rolo Amado (1950)

Pedro Cabrita Reis (1956)

Augusto Alves da Silva (1963)

Gabriela Albergaria (1965)

Jorge Queiroz (1966)

Natália de Mello (1966)

Grada Kilomba (1968)

Susanne Themlitz (1968)

Sara Anahori (1970)

Joana Vasconcelos (1971)

Rui Calçada Bastos (1971)

Leonor Antunes (1972)

Noé Sendas (1972)

Bruno Pacheco (1974)

Filipa César (1975)

Frederico Martins (1978)

Ramiro Guerreiro (1978)

Sónia Almeida (1978)

João Maria Gusmão (1978) & Pedro Paiva (1979)

João Vasco Paiva (1979)

Tiago Duarte (1979)

Joana da Conceição (1981)

Priscila Fernandes (1981)

Mariana Silva (1983)

Gabriel Abrantes (1984)

Pedro Neves Marques (1984)

Diana Policarpo (1986)

João Gabriel (1992)

Alice dos Reis (1995)

II — O universo de qualquer museu de arte moderna e contemporânea portuguesa.

A arte moderna e contemporânea portuguesa corresponde a uma população de mais ou menos 250 autores.

Quando se fala por aí em ‘reforçar os núcleos de arte contemporânea’ da coleção do Estado, é neste universo, apesar de tudo amplo, que tal desiderato deve ser perseguido, em vez de prosseguir miopias, estrabismos e conivências de curto prazo.

Admitindo que seria possível a um novo colecionador, privado ou institucional, adquirir obras significativas de todos estes artistas, e de mais uns cinquenta nascidos no século 21, até à década de 2030, este acervo imaginário de umas 250 obras (uma por artista) teria um custo inferior a quatro milhões de euros. Não é muito se o compararmos com o que é investido nas pessoas, edifícios, estruturas e serviços destinados a dar visibilidade crítica e histórica a estes mesmos artistas. Só a nova ala do Museu de Serralves custará mais de cinco milhões de euros. Há, já agora, um efeito multiplicador da arte na economia e na sociedade que não conhecemos, mas que valeria a pena estudar.

Não existe neste momento nenhuma coleção portuguesa que inclua a totalidade dos artistas aqui nomeados. Veremos como a competição crescente entre as principais instituições culturais dedicadas à arte moderna e contemporânea irá disputar um universo de escolhas que vai de António Carneiro à geração nascida no ano 2000.

Nestes cento e sessenta anos que balizam o nosso museu imaginário ocorreu a ascensão, apogeu e declínio da Segunda Revolução Industrial (1870-2030). Quando o ocaso desta revolução chegar, por volta de 2030-2050, perceber-se-à melhor que tipo de metamorfose sofreu a arte moderna e contemporânea, no seu afastamento do belo, em direção ao sublime, no seu inquestionável divórcio das religiões e do servilismo ideológico, no modo como desnudou o humanismo hipócrita, mas também na resistência que foi opondo à desmaterialização cognitiva e tecnológica — do cubismo às anti-máquinas de Tinguely, da ‘Origem do Mundo’, de Courbet, aos pavilhões narcisistas de Dan Graham.

Se a moda em curso de uma visão populista sobre a próxima extinção em massa das espécies, que varrerá do universo os seres humanos, se não confirmar, como é provável, das duas, uma: ou a arte será apenas um dos vários espelhos quebrados da desagregação capitalista (em modo de autonomia radical-regressiva) ou, pelo contrário, irá caminhar na direção de uma heteronomia reforçada pela ciência e a tecnologia. Neste cenário, porém, a sobrevivência da arte dependerá, como sempre, da sua capacidade de resistir ao óbvio e à relatividade transitória do conhecimento. O devir é, por definição, inumano e incomensurável. Está sempre antes e depois da consciência e da razão. Nem Platão, nem Hegel, conseguiram destruir o seu peculiar modo de imortalidade. Este é o nicho indestrutível e inesgotável da arte.

Se nas próximas décadas (diria até 2030-2050) conseguirmos resolver os problemas complexos da energia e da falta de recursos, e estabelecer uma demografia equilibrada, é mais do que provável que a Inteligência Artificial Geral (AGI) acabe por irromper na evolução da espécie humana como um novo Deus ex machina, capaz de decidir o curso da vida na Terra durante séculos. Ou seja, estamos no fim da maior revolução humana dos últimos dez mil anos, mas nada impede que uma outra revolução, mais radical ainda, ocorra nas próximas décadas. Provavelmente, na iminência do desastre, o inumano no qual flutua a humanidade será, contra os enganos, ilusões, utopias e hipocrisia desta última, incumbido de conduzir a nave terrestre durante os próximos milénios. E ainda assim haverá arte!

A arte portuguesa, apesar de nunca, até agora, ter sido inovadora, tem qualidades próprias que a tornam não menos notável da que se fez e vai fazendo noutros países. Há nela uma sobriedade, elegância e subtileza talvez antigas, mas que merecem ser preservadas, estudadas e usufruídas. Nada melhor do que as instituições comprometidas com este desiderato, tais como a Fundação Gulbenkian, o Museu de Serralves, o MAAT, o MAC-CCB, o Museu do Chiado ou ainda o Centro de Arte Contemporânea de Coimbra e o Centro Internacional das Artes José de Guimarães, para lhe darem o devido acolhimento, exposição, apoio e promoção.

O futuro é uma incógnita. Nada impede que, em resultado do cosmopolitismo crescente da arte portuguesa, a criação artística original, capaz de gerar novos paradigmas e tendências, venha a ter em breve protagonistas imprevistos. As nações não morreram, mas mudam. Bem-vinda a teoria interseccional!

Artistas e curadores, uma radiografia.

I — Artistas

1870

António Carneiro (1872-1930)

1880

Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)

Stuart Carvalhais (1887-1961)

Mily Possoz (1888-1968)

Guilherme de Santa-Rita (1889-1918)

1890

Almada Negreiros (1893-1970)

António Soares (1894-1978)

Jorge Barradas (1894-1971)

Sarah Afonso (1899-1983)

1900

Mário Eloy (1900-1951)

Julio (1902-1983)

José Dominguez Alvarez (1906-1942)

Manuel Ribeiro Pavia (1907-1957)

Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992)

António Pedro (1909-1966)

1910

Cândido Costa Pinto (1911-1976)

Joaquim Rodrigo (1912-1997)

Maria Keil (1914-2012)

António Dacosta (1914-1990)

Álvaro Cunhal (1913-2005)

João Hogan (1914-1988)

1920

Cruzeiro Seixas (1920-2020)

Nadir Afonso (1920-2013)

António Sena da Silva (1922-2001)

Jorge Vieira (1922-1998)

Salette Tavares (1922-1994)

Victor Palla (1922-2006)

Fernando Azevedo (1923-2002)

Fernando Lanhas (1923-2012)

Mário Cesariny de Vasconcelos (1923-2006)

António Charrua (1925-2008)

Marcelino Vespeira (1925-2002)

Querubim Lapa (1925-2016)

Júlio Pomar (1926-2018)

Menez (1926-1995)

Fernando Lemos (1926-2019)

Manuel Trindade D’Assumpção (1926-1969)

Ana Hatherly (1929-2015)

1930

Lourdes Castro (1930-2022)

Manuel Alvess (1930-2009)

Túlia Saldanha (1930-1988)

Jorge Pinheiro (1931)

Nikias Skapinakis (1931-2020)

E. M. de Melo e Castro (1932-2020)

Álvaro Siza Vieira (1933)

Helena Almeida (1934-2018)

João Vieira (1934-2009)

José Escada (1934-1980)

Paula Rego (1935-2022)

René Bértholo (1935-2005)

Alberto Carneiro (1937-2017)

João Cutileiro (1937-2021)

José Nuno da Câmara Pereira (1937-2018)

Ângelo de Sousa (1938-2011)

Eduardo Nery (1938-2013)

Álvaro Lapa (1939-2006)

José de Guimarães (1939)

1940

Ana Vieira (1940-2016)

Maria Beatriz (1940-2020)

Cecília de Melo e Castro (1941)

Manuel Casimiro (1941)

Luís Noronha da Costa (1942-2020)

Clara Menéres (1943-2018)

Eduardo Batarda (1943)

Gaetan (1944-2019)

José Barrias (1944-2020)

Teresa Magalhães (1944)

Artur Barrio (1945)

Darocha (1945-2016)

Judite dos Santos (1945)

Pedro Chorão (1945)

Pepe Diniz (1945)

Ana Jotta (1946)

António Palolo (1946-2000)

Jaime Silva (1947)

Jorge Molder (1947)

Sérgio Pombo (1947-2022)

Fernando Calhau (1948-2002)

Graça Morais ((1948)

Julião Sarmento (1948-2021)

Leonel Moura (1948)

Maria José Aguiar (1948)

Graça Pereira Coutinho (1949)

José de Carvalho (1949)

Luísa Cunha (1949)

Silvestre Pestana (1949)

Vítor Pomar (1949)

1950

Inês Rolo Amado (1950)

Pires Vieira (1950)

André Gomes (1951)

Cristina Ataíde (1951)

José Conduto (1951)

Pedro Andrade (1951)

Mário Botas (1952-1983)

António Cerveira Pinto (1952)

Júlia Ventura (1952)

Alfredo Cunha (1953)

António Barros (1953)

Manoel Barbosa (1953)

Manuel Rosa (1953)

Pedro Calapez (1953)

Sebastião Resende (1954)

Teresa Dias Coelho (1954)

Ilda David (1955)

Paulo Nozolino (1955)

Elisabete Mileu (1956)

Fernando Aguiar (1956)

Pedro Cabrita Reis (1956)

João Queiroz (1957)

Ângela Ferreira (1958)

Fernando Brito (1958)

Rui Órfão (1958)

Joana Rosa (1959)

José Pedro Croft (1959)

Pedro Casqueiro (1959)

1960

Ana Pérez-Quiroga (1960)

José Maçãs de Carvalho (1960)

Luís Palma (1960)

Miguel Yeco (1960-2010)

José Loureiro (1961)

Fernanda Fragateiro (1962)

Manuel João Vieira (1962)

Pedro Proença (1962)

Mimi Tavares (1962)

Pedro Tudela (1962)

António Olaio (1963)

Augusto Alves da Silva (1963)

Daniel Blaufuks (1963)

João Louro (1963)

Miguel Branco (1963)

Pedro Portugal (1963)

Alice Geirinhas (1964)

Miguel Palma (1964)

António Júlio Duarte (1965)

Gabriela Albergaria (1965)

João Fonte Santa (1965)

Paulo Catrica (1965)

Eurico Lino do Vale (1966)

Jorge Queiroz (1966)

João Jacinto (1966)

Natália de Mello (1966)

Rui Chafes (1966)

João Tabarra (1966)

Paulo Mendes (1966)

Gil Heitor Cortesão (1967)

Gonçalo Pena (1967)

Miguel Leal (1967)

Rui Martins (1967)

António Poppe (1968)

Cristina Mateus (1968)

Grada Kilomba (1968)

Isaque Andrade (1968)

Luís Brilhante (1968)

Pedro Cabral Santo (1968)

Susanne Themlitz (1968)

Francisco Tropa (1968)

António José Carvalho (1969)

António Salvador Carvalho (1969)

1970

Adelina Lopes (1970)

Eduardo Matos (1970)

Miguel Soares (1970)

Rui Serra (1970)

Sara Anahori (1970)

Alexandre Estrela (1971)

André Guedes (1971)

Joana Vasconcelos (1971)

Carlos Farinha (1971)

Nuno Sousa Vieira (1971)

Pedro A.H. Paixão (1971)

Pedro Zamith (1971)

Rui Calçada Bastos (1971)

Adriana Sá (1972)

Isaque Pinheiro (1972)

João Bettencourt Bacelar (1972)

Leonor Antunes (1972)

Noé Sendas (1972)

Susana Mendes Dias (1972)

Carla Filipa (1973)

Bruno Pacheco (1974)

Miguel Carvalhais (1974)

Pedro Valdez Cardoso (1974)

Adriana Molder (1975)

Filipa César (1975)

Marta de Menezes (1975)

Nuno Ramalho (1975)

Pedro Magalhães (1975)

Vasco Araújo (1975)

Carlos Bunga (1976)

Daniel Barroca (1976)

João Onofre (1976)

João Pedro Vale (1976)

André Sier (1977)

Inês Botelho (1977)

Maria Rosado Lopes (1977)

Ana Cardoso (1978)

Frederico Martins (1978)

João Maria Gusmão (1978) & Pedro Paiva (1979)

Margarida Sardinha (1978)

Ramiro Guerreiro (1978)

Sónia Almeida (1978)

André (1979) [Sara & André]

João Vasco Paiva

Pedro Barateiro (1979)

Tiago Duarte (1979)

1980

André Sousa (1980)

Rita GT (1980)

Rudolfo Quintas (1980)

Catarina Botelho (1981)

Joana da Conceição

Priscila Fernandes (1981)

Ana Santos (1982)

Mauro Cerqueira (1982)

Mariana Silva (1983)

André Romão (1984)

Gabriel Abrantes (1984)

Luísa Jacinto (1984)

Pedro Neves Marques (1984)

Luísa Mota (1984)

Diana Policarpo (1986)

Sara (1980) [Sara & André]

Sara Bichão (1986)

Diogo Tudela (1987)

Salomé Lamas (1987)

Carolina Pimenta (1988)

Von Calhau! (2006) [Marta Ângela (194?) e João Alves (194?)]

1990

Andrea Santana (1991)

Rodrigo Gomes (1991)

Adriana Proganó (1992)

Catarina Real (1992)

Francisca Aires Mateus (1992)

João Gabriel (1992)

Alice dos Reis (1995)

Fernão Cruz (1995)

Inês Mendes Leal (1997)

2000

II — Curadores

(alguns deles também críticos, teóricos e historiadores)

O tempo em que os comissários de exposições de arte contemporânea em Portugal se contavam pelos dedos de uma só mão —Ernesto de Sousa (1921-1988), José Augusto França (1922-2021), Rui Mário Gonçalves (1934-2014), Fernando Pernes (1936-2010), Egídio Álvaro (1937-2020), João Rocha de Sousa (1938-2021), José Luís Porfírio (1943)— passou à história durante as décadas de oitenta-noventa do século passado. As reformas introduzidas nas Belas Artes (estimuladas nomeadamente pelo artista e crítico de arte João Rocha de Sousa) e sobretudo induzidas pelo Processo de Bolonha (1999) permitiram uma multiplicação, cada vez mais profissional e especializada, desta categoria de intervenientes no processo de avaliação e legitimação dos artistas que operam no espetáculo e no mercado da arte. Antes da mais jovem geração de comissários independentes aparecer houve uma geração intermédia de críticos, historiadores e artistas curadores, de que destacamos os nomes de Alexandre Melo (1958), António Cerveira Pinto (1952), Bernardo Pinto de Almeida (1954), António Rodrigues (1956-2008), João Pinharanda (1957), Alexandre Melo (1958), Helena de Freitas (1958), Delfim Sardo (1962), Carlos Vidal (1964), Paulo Mendes (1966). A lista seguinte é representativa, mas não exaustiva, desta evolução positiva.

Inês Rolo Amado (1950)

José Maçãs de Carvalho (1960)

Maria Fátima Lambert (1960)

Pedro Lapa (1961)

João Silvério (1962)

Isabel Carlos (1962)

Paulo Cunha e Silva (1962-2015)

Leonor Nazaré (1963)

Emília Tavares (1964)

Sofia Marçal (1964)

João Fernandes (1964)

Miguel von Haffe Pérez (1967)

Marta Moreira de Almeida (1968)

Pedro Cabral Santo (1968)

Miguel Wandschneider (1969)

Sandra Vieira Jürgens (1969)

Sérgio Mah (1970)

Adelaide Ginga (1971)

David Santos (1971)

Nuno Faria (1971)

Catarina Rosendo (1972)

Miguel Amado (1973)

Nuno Sacramento (1973)

Ana Teixeira Pinto (1974)

Filipa Oliveira (1974)

Ana Anacleto (1975)

João Mourão (1975)

Nuno Ramalho (1975)

Sandro Resende (1975)

João Vilela Geraldo (1976)

Inês Moreira (1977)

Maria do Mar Fazenda (1977)

Antonia Gaeta (1978)

Bruno Marchand (1978)

Filipa Ramos (1978)

Luís Silva (1978)

Sara Antónia Matos (1978)

Bruno Leitão (1979)

João Ribas (1980)

Luísa Santos (1980)

Marta Mestre (1980)

Inês Valle (1981)

João Laia (1981)

Paula Nascimento (1981)

Inês Grosso (1982)

Ana Cristina Cachola (1983)

Porto, 31 ago 2023 (atualizado em 25 out 2023)

NOTA — as listas aqui publicadas não são exaustivas, mas são, creio, claramente representativas. Omissões flagrantes que me tenham escapado serão corrigidas à medida que for tendo conhecimento das mesmas.

Na imagem, pormenor, pb, da obra de António Carneiro

“A Vida — Esperança, Amor e Saudade” (1899-1901)
Óleo sobre tela
238 cm x 140 cm (painel central) × 209 cm x 211 cm (painéis laterais)
Fundação Cupertino de Miranda, V. N. Famalicão

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